Como já vimos em um dos nossos artigos, para que a aprendizagem ocorra é necessário amassar o mato, ou seja, revisitar o conteúdo de diferentes formas. No entanto, uma pergunta ficou no ar: há coisas que conseguimos aprender de primeira, o que ocorre nesses casos?
Para começar quero que você pense em duas situações: o nascimento de um filho e a perda de um ente querido. Certamente, em ambos os casos você descreveria com riqueza de detalhes, mas por quê? E o que essas situações trazem como ponto comum? Sim, emoção é a resposta.
Nos dois casos não foi necessário à repetição dos fatos para que os mesmos fossem lembrados e isso se dá porque a carga emocional envolvida foi tão grande, que permitiu a consolidação de primeira.
Lá na sala de aula a conversa não será diferente. Caso haja emoção o processo de aprendizagem será muito facilitado. Puxe aí da sua memória e recorde aqueles assuntos que você só precisou de uma aula para aprender e perceba que há emoção envolvida. Mas tem um detalhe importante: emoção pode ser boa ou ruim, lembra-se do exemplo acima? Então, se o seu professor fez alguma atividade diferenciada pode ser o motivo de você não ter mais esquecido daquele assunto, mas se ele tinha o perfil chamada-oral-surpresa, essa também pode ser a resposta para você se lembrar dele até hoje!
O que devemos fazer então? Segundo a professora Leonor Guerra, as situações que favorecem a aprendizagem são aquelas prazerosas, motivadoras, que produzam curiosidade e expectativas, sejam desafiadoras, seguidas de sensações de bem estar pela solução das questões, permeadas por afeto ou até mesmo por pequeno e transitório estresse, como em casos de tarefas difíceis, mas possíveis. A ativação de circuitos neurais de prazer e recompensa no aluno, o fará perder o medo de errar, mas para isso é importante que o aluno perceba que o que ele aprendeu dá bons resultados, transforma o seu dia a dia, atende às suas necessidades, facilita a sua vida e a torna melhor.
Bom, mas antes que você questione que tudo isso dá muito trabalho, pense em atitudes como um tom de voz diferenciado em diferentes momentos da aula, dinamizar conteúdos com objetos que estejam na sala e sejam dos próprios alunos como fones de ouvido, carregadores de celular e estojo para explicar assuntos diversos (eu adoro fazer
isso quando vou falar de DNA. Dois fones de ouvido viram a dupla hélice, eles adoraram!).
Por fim, você já deve ter ouvido falar que o bocejo é contagioso certo? Pois bem, a sua cara feia também, então quando você questionar que a sua turma é mal humorada, apática e afins dê uma olhadinha no espelho 😉 vamos falar disso em breve!
Para fortalecer a sinapse: nós aprendemos aquilo que nos emociona. As emoções indicam para o cérebro o que é relevante à sobrevivência do indivíduo e o que vale o esforço e gasto energético necessário à aprendizagem. Então fica a dica: pense nisso quando for ensinar alguém.
4 Comentários. Deixe novo
Dicas maravilhosas! Já tive o privilégio de colocá-las em prática e os resultados são impressionantes!
Parabéns, Adriessa!
Ah, e eu sei bem como foram os seus resultados 🙂
Obrigada pela participação!
Beijos
Muito bom, parabéns. Minha irmã está se formando em pedagogia vou passar pra ela e pra outros amigos
Muito obrigada Chris!