Hoje a nossa conversa será um pouco diferente. Quero compartilhar com vocês algo que provavelmente muitos colegas professores já viveram: a alegria de ver um ex-aluno retornar como o seu colega de trabalho.
Recentemente recebi o e-mail de um ex-aluno, brilhante por sinal, que desde o término da escola e início da faculdade manteve contato comigo e me atualizava acerca das suas conquistas e dentre as quais estava o início da carreira docente.
Em uma troca de e-mails, escrevi para ele, algumas de minhas impressões sobre a nossa profissão e é isso que dividirei com vocês nesse momento.
[…] eu sou suspeita em falar da nossa profissão, porque praticamente todas as grandes alegrias da minha vida vêm dela. Não é uma caminhada fácil, mas nenhuma é. Eu costumo falar isso para todos os professores que conheço: não se deixe contaminar. Na sua caminhada você encontrará muitos colegas que não gostariam de estar onde estão, são frustrados e veem os alunos como as grandes ovelhas negras… eles não são.
Os alunos muitas vezes, nos dão certo trabalho, mas isso faz parte do nosso pacote. Todas as vezes que pegar a lista de chamada da sua sala, leia os nomes como se estivesse escalando a sua seleção, aquela que vai para as Olimpíadas ou Copa do Mundo. Lembre-se que atrás de cada aluno tem uma família que confiou a educação dos seus bens mais preciosos em suas mãos. Sim, eu sei… é muita responsabilidade e é aqui que entra uma das grandes sacadas da educação: se cada Professor soubesse o peso das suas palavras, o quanto tudo o que ele fala pode influenciar positiva ou negativamente a vida de seus alunos para o resto das suas vidas, talvez refletissem um pouquinho mais antes de dizer e/ou pensar muitas coisas É bíblico: “O que você diz pode salvar ou destruir uma vida; portanto, use bem as suas palavras e você será recompensado”. Provérbios 18 […]
Eu não sei as suas concepções com relação à docência e seja ela qual for eu a respeito, mas não tenho dúvidas de que alguns colegas ao lerem uma das primeiras frases desse artigo já discordaram de mim: a alegria de ver um ex-aluno retornar como o seu colega de trabalho. Quantas vezes eu ouvi muitos dizerem: Vai ser professor? Não faça isso! Vá ser médico, engenheiro, advogado, qualquer coisa, menos professor! Engraçado que muitas vezes é esse perfil de professor que não entende ou reclama de não ser respeitado. O cara não respeita a própria profissão e quer mesmo que os alunos o respeitem? Reforço que não é fácil, que é um desafio diário, mas costumo dizer que ninguém aponta uma arma na minha cabeça todos os dias de manhã e me obriga dar aula. Eu escolhi estar lá.
É complexo de entender algumas coisas, mas a Neurociência ajuda-nos a explicar: olha os neurônios espelho, a emoção aqui de novo…
Bom, encerro a nossa conversa de hoje com uma fala presente no filme Encontrando Forrester e que representa um pouco do que conversamos: “Professores que amargam frustação podem ser muito eficazes ou muito perigosos”.
Por hoje é isso! 🙂
5 Comentários. Deixe novo
Me emocionei… que lindo, que encorajamento! Brilhante! Parabéns professora!
Emocionante, Adriessa! Essa dedicação contagia e nos faz refletir sobre a importância e o valor de ser Professor!
Obrigada Professora!
Erika querida, muito obrigada pelo carinho!
Adriessa, gostei muito do seu artigo. Que o nosso país tenha cada vez mais professoras e professores dedicados como você. Parabéns!!