Vimos no artigo anterior como o tempo das aulas, as emoções, o ambiente, o estímulo à participação do aluno e as avaliações podem ser nossos aliados na sala de aula sob a ótica da Neurociência. Agora, daremos continuidade a essas dicas.
A utilização de recursos multissensoriais ativam múltiplas redes neurais. Aprender sobre o corpo humano em um museu interativo tem efeito bem diferente daquele de apenas ler a matéria, portanto a estimulação dos sentidos pode fazer toda a diferença na hora de ensinar.
Lembram-se da ideia de amassar o mato? A consolidação das memórias e sua preservação dependem da reativação dos circuitos neurais. Experiências e informações precisam ser repetidas para manter as conexões cerebrais relacionadas a elas, então reconte, reveja e repasse aquilo que deseja que o seu aluno aprenda.
É verdade que dormir faz a gente aprender? Não. Caso contrário talvez nem precisássemos ter espaços como esse para falar de educação não é? Mas a Neurociência tem esclarecido que enquanto dormimos, o cérebro reorganiza suas sinapses, elimina aquelas em desuso e fortalece as que são importantes para comportamentos do cotidiano do indivíduo. Portanto, fale sobre isso com os seus alunos e lembre-se você também de dormir bem hein Professor.
Desafios e mesmo pequenas situações de estresse transitórias e transponíveis, nas quais os alunos percebam que superam um problema, ajudam a mantê-lo estimulados e interessados em aprender mais. Podemos dar o nome disso de motivação.
O cérebro por meio da atenção seleciona as informações mais relevantes para o bem estar e a sobrevivência do indivíduo e ignora o que não tem relação com sua vida, seus desejos e necessidades, então despertar a curiosidade é uma excelente alternativa.
Eu tenho certeza de que muitas dessas dicas já são práticas corriqueiras em seu cotidiano escolar e eu desejo imensamente que seja. A Neurociência só vem dar “nomes para bois” e “pingar os Is” para estratégias que muitas vezes já são utilizadas em sala de aula.
Certa vez uma aluna me disse: “Professora, mas a Neurociência não adianta de nada, porque tudo o que você diz eu já faço em sala”. Eu disse: “Fantástico! Que ela continue sendo desnecessária para você!” Antes de você achar que estou maluca,
reforço o que eu disse anteriormente em outras palavras: a Neurociência embasa cientificamente aquilo que já fazemos e a grande sacada está aí, assim como tenho certeza da prática de muitos, mais ainda tenho da falta dela para outros tantos. É aí que a Neurociência na Escola pode entrar para colaborar com as práticas dos que desconhecem e potencializar aqueles que já a fazem.
Eu espero que em uma das formas eu possa ter ajudado você. 🙂
Esse artigo foi inspirado em uma publicação da revista Neuroeducação (2016) escrito pela Doutora Leonor Guerra.